Os avanços das eólicas offshore no Brasil
O ano de 2025 começou com ótimas notícias no campo regulatório das eólicas em alto-mar: já está em vigor o marco legal e regulatório das eólicas offshore, conhecidas por gerar energia a partir da força dos ventos no oceano.
Sancionada em janeiro, a Lei nº 15.097/25 regulamenta a exploração de parques eólicos em áreas marítimas e continentais sob domínio da União, como águas interiores, zona econômica exclusiva e plataforma continental. Com isso, o país conta com maior segurança jurídica para os avanços dos projetos de eólicas offshore, que se diferenciam das onshore pela elevada velocidade e estabilidade dos ventos em alto-mar, livres de barreiras, como montanhas e construções, por exemplo.
O marco é um fator essencial para que os projetos, que são muitos, saiam do papel. Para se ter uma ideia, até dezembro de 2024, havia o equivalente a 244 GW de 103 projetos com solicitação de abertura de processo de licenciamento ambiental no Ibama para o desenvolvimento de empreendimentos.
A expansão do uso dessa fonte de energia contribui para a transição energética brasileira, o combate às mudanças climáticas, a descarbonização de setores historicamente mais poluentes, além de atrair investimentos e estimular a economia. A expectativa é que haja o desenvolvimento de cadeia de suprimentos, portuária e logística, assim como a formação de hubs de energia renovável.
Segundo estudo do Banco Mundial, feito em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as eólicas offshore podem gerar mais de 516 mil empregos até 2050 e trazer um acréscimo de pelo menos R$ 900 bilhões para a economia brasileira.
EDF Renewables e as offshore
Como um importante ator na transição energética mundial, a EDF Renewables traz sua expertise internacional para o Brasil, refletindo-se no país por meio de estudos e projetos potenciais na área.
Em 2022, a EDF Renewables assinou um Memorando de Entendimentos (MoU, na sigla em inglês) para estudar o desenvolvimento e a infraestrutura de parques eólicos offshore na região Norte Fluminense. O acordo prevê o uso do Porto do Açu como hub logístico e de energia renovável, possibilitando, inclusive, a produção de hidrogênio de baixo carbono em um dos maiores complexos porto-indústria da América Latina. Em 2023, as três empresas prorrogaram a parceria para a conclusão de um estudo de viabilidade técnica econômica para uma planta de hidrogênio e derivados que agora está na fase de estruturação do projeto.
No mesmo ano, companhia assinou outro MoU com o Governo do Rio Grande do Norte visando o desenvolvimento de projetos de geração de energia eólica offshore e estudos para a potencial produção de hidrogênio de baixo carbono no estado.