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Mar à vista: as eólicas offshore desembarcam no Brasil
Rio de Janeiro, 21 de junho de 2022 – A geração eólica no mar é uma das novas apostas do setor de energia em diversos países, e, com grande potencial marítimo nacional, o Brasil vê a possibilidade de expandir as fronteiras desta fonte energética. Apesar de ainda inexplorada no país, o primeiro passo para desbravar essa nova tecnologia já foi dado. O Decreto nº 10.946/2022, publicado em janeiro deste ano e que entra em vigor agora a partir de junho, apresenta as diretrizes iniciais de cessão de uso de águas e o aproveitamento dos recursos naturais para geração de energia elétrica offshore.
A produção eólica offshore é extremamente promissora no país com um potencial de geração de cerca de 700 GW, em locais com até 50 metros de profundidade, segundo os estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Para além do elevado potencial e atestada qualidade do recurso eólico, o desenvolvimento da sua geração em ambiente offshore é uma importante oportunidade para diversificar ainda mais o mix energético brasileiro. A tecnologia passa a ser uma forte candidata à expansão da participação das fontes renováveis de forma competitiva na matriz nacional, garantindo um futuro sustentável. Além de contribuir com a transição energética, o desenvolvimento de projetos eólicos offshore irá fomentar ainda mais o segmento portuário e cooperar com a transição dos principais players da indústria de óleo e gás para o setor de renováveis, trazendo ainda mais competitividade.
No mar, a geração eólica ganha uma dimensão totalmente diferente em termos de volume e área, de investimento financeiro, concepção do projeto e duração do desenvolvimento, logística, implantação e operação, além dos desafios em termos geográficos, sociais e ambientais. A EDF Renewables acredita que, para que a nova tecnologia ganhe escala, é crucial:
Respeito ao contexto e às particularidades locais
Compreender e reconhecer os desafios regionais é essencial para desenvolver projetos adequados, consistentes e respeitosos à atividade e à vida humana. Por isso, muito além do mero cumprimento de normas, realizamos consultas aprofundadas em campo, com interação da população em geral e de todas as partes interessadas, promovendo um diálogo construtivo.
Valorizamos a harmonia das diferentes atividades locais graças a essas discussões com os atores interessados e, em particular, junto àqueles que utilizam o mar em seu dia a dia, seja para atividades econômicas e de locomoção – como pesca, transporte, turismo etc –, seja para a realização de estudos técnicos e socioeconômicos.
Proteção do meio ambiente
Cada projeto é baseado em uma apreciação minuciosa das questões ambientais e conta com estudos aprimorados e atualizados ao longo de todo o ciclo de vida de sua execução. As medidas de mitigação dos impactos socioambientais de parques eólicos offshore serão implementadas desde a etapa de construção até a fase de operação, que irá contar com programas de monitoramento ambiental.
Uma avaliação ambiental global é sempre realizada por especialistas, com interface junto as organizações locais, como comitês de pesca e laboratórios de pesquisa. O foco maior é na preservação dos meios físico, biótico e socieconômico, que compreendem grupos importantes como mamíferos marinhos, aves, tartarugas e morcegos, além da qualidade da água, corais, áreas de preservação permanente e de proteção ambiental, recursos pesqueiros e demais atividades econômicas.
Criar oportunidades econômicas
Trabalhamos para que os projetos eólicos offshore sejam um vetor de desenvolvimento econômico e social tanto no contexto local quanto regional. Durante a fase de desenvolvimento, ajudamos a colocar em prática cursos de capacitação adaptados as nossas linhas de negócios e aos de nossos subcontratados, garantindo empregos qualificados a longo prazo, além de projetos sociais a serem implementados junto às comunidades no entorno do projeto.
Durante a fase de construção, criamos linhas de negócios que atendem efetivamente às necessidades do projeto. A fase de construção dos parques eólicos na França (Saint-Nazaire, Fécamp e Courseulles-sur-Mer), por exemplo, gerou 7.000 empregos.
No Brasil, a energia eólica offshore ainda está nos estágios iniciais, mas o país tem capacidade para se tornar o pioneiro no segmento na América Latina. A EDF Renewables do Brasil já está preparada e caminhando para responder a esse desafio graças à sua dupla força: sua expertise em implantação offshore no mundo e a sua sólida presença no setor renovável no Brasil, onde atua desde 2015 e com mais de 1,7 GW em projetos viabilizados.
Sylvain Jouhanneau é gerente de Negócios Emergentes da EDF Renewables do Brasil