Por que é importante que mais mulheres ocupem posições de liderança?

Rio de Janeiro, 8 de março de 2024 – Em março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data que simboliza a luta feminina histórica pela equidade de gênero. Comumente, o mês inteiro é dedicado a debates sobre pautas relevantes e atuais que precisam de maior atenção da sociedade, como a violência doméstica, o feminicídio e a desigualdade no mercado de trabalho. Neste contexto, é importante fazer uma reflexão quanto a importância da presença feminina nas empresas, assim como a sua participação em posições de liderança.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que, no quarto trimestre de 2022, do total da população masculina, 72,1% tinham participação no mercado de trabalho. Já do total da população feminina, apenas 52,7% estão inseridas no mercado de trabalho. Tal cenário evidencia a desigualdade que existe entre homens e mulheres no mercado de trabalho brasileiro.

Além da desigualdade quantitativa no mercado de trabalho, também se notam as desigualdades enfrentadas pelas profissionais femininas, que incluem o assédio moral e sexual, o machismo enraizado em pequenas atitudes do dia a dia, a desigualdade salarial e a dupla jornada. Por esta razão, promover a inclusão de mulheres nos diferentes setores do mercado e a equidade de gênero nas empresas se torna imperativo, a fim de eliminar qualquer discriminação, opressão e injustiça contra elas e garantir as mesmas oportunidades para ambos os lados.

Organizações que valorizam o trabalho feminino e incentivam o crescimento das colaboradoras contam com visões plurais e impulsionam a inovação, além de construírem um ambiente mais inclusivo, acolhedor e inspirador para todos. Nesse contexto, vale destacar que companhias com diversidade de gênero têm 15% mais chances de ter rendimentos acima da média e 21% mais chances de obter retornos financeiros acima da média, conforme apontado por relatório realizado pela McKinsey & Company.

O simples fato de contratar mulheres em grande quantidade, no entanto, não é o suficiente quando a empresa conta com um quadro de líderes inteiramente masculino. A equidade de gênero deve atingir todos os níveis corporativos, em especial os cargos de diretoria e gerência para que, assim, as mulheres possam ter voz e poder de decisão para fazer a diferença.

Nesse sentido, um levantamento da Inteligência Financeira realizado com 218 companhias listadas no Novo Mercado e no Nível 2 da B3, aponta que apenas 12 instituições listadas têm mulheres que presidem o conselho administrativo e somente 5 são CEOs. Já uma pesquisa recente da B3, feita com base em 343 empresas listadas, indica que de cada 100 companhias, 55 não tinham mulheres em cargos de diretoria estatutária; e em 36 de cada 100 não havia participação feminina entre os conselheiros de administração.

Você sabia que de acordo com o relatório The Ready-Now Leaders, da Ong Conference Board, empresas com pelo menos 30% de mulheres em cargos de liderança têm 12 vezes mais chance de estarem entre as 20% melhores em desempenho financeiro? Já uma pesquisa realizada pela Leadership Circle com base nas análises de mais de 84 mil líderes e 1,5 milhão de avaliadores mostra que as lideranças femininas aparecem com mais eficácia do que os colegas homens em todos os níveis de gerenciamento e faixas etárias.

Infelizmente, as mulheres não percorrem um caminho fácil até atingirem os cargos de alta liderança. Inclusive, muitas vezes, é difícil para elas se imaginarem nesses cargos. Na maior parte do tempo, são mais desafiadas do que os homens e precisam trazer mais resultados a fim de serem elegíveis, procurando sempre demonstrar a legitimidade.

Por esta razão, quando uma mulher alcança uma posição de liderança, ela tem um caráter firme e confiante para impor a sua autoridade, procurando sempre entregar o melhor, sem medo de se reinventar. Em razão desta jornada desafiadora, a líder cultiva a paciência, a habilidade relacional e a multitarefa.

Acredito que quanto mais mulheres ocuparem cargos de liderança, mais mulheres vão ganhar confiança e se inspirar para se colocar em posições de gestão. Particularmente, durante a minha trajetória profissional, nunca pensei em assumir o cargo de CFO. Quando surgiu a oportunidade de assumir esta posição tão importante, fui fortemente encorajada pela minha mentora, que é a minha principal referência no mundo corporativo.

Por fim, é essencial que as companhias estimulem o acesso das mulheres em níveis hierárquicos mais altos, promovendo uma cultura organizacional mais focada em inclusão e equidade, trazendo não só benefícios para o negócio, como para a sociedade.

*Artigo assinado por Jessica Von Moegen, CFO da EDF Renewables Brasil.

Sobre a EDF Renewables:
A EDF Renewables é uma empresa global de energia que desenvolve, constrói e opera usinas de geração de energia renovável. Ator-chave na transição energética no mundo, a EDF Renewables implementa, dentro do Grupo EDF, projetos competitivos, responsáveis e com geração de valor. Em todos os países em que atua, nossas equipes se comprometem diariamente com os stakeholders locais, unindo sua expertise e capacidade de inovação no combate às mudanças climáticas. No final de 2023, a EDF Renewables operava uma capacidade instalada líquida de projetos eólicos e solares equivalente a 12,8 GW em todo o mundo. Presente principalmente na Europa e América do Norte, a EDF Renewables continua crescendo e se posicionando em mercados promissores como Brasil, China, Índia, África do Sul e no Oriente Médio. Mesmo com a forte participação em eólica onshore e solar fotovoltaica, a Companhia também atua em eólica offshore e flutuante, bem como em novas tecnologias como armazenamento de energia, solar flutuante e agrovoltaico. No Brasil desde 2015, a EDF Renewables Brasil é um importante agente do setor de energia renovável, totalizando mais de 1,8 GW em projetos viabilizados de energia solar e eólica na Bahia, em Minas Gerais e na Paraíba.