Mulheres na energia: essencial para as empresas e a sociedade

Rio de Janeiro, 31 de março de 2022 – Tradicionalmente masculino, o setor de energia tem registrado um crescimento da participação feminina, mas a igualdade de oportunidades e de espaço ainda está aquém do necessário. Para se ter uma ideia, um estudo apresentado pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) indica que as áreas de energia em geral e de petróleo e gás têm apenas 22% dos seus empregos ocupados por mulheres. Quando se trata especificamente do setor de renováveis, esse número sobe para 32%.

Além disso, outro estudo, desta vez realizado pela empresa de seleção de executivos FESA Executive Search, revela que, nas 25 principais companhias de energia que atuam no Brasil, apenas 6% dos cargos de liderança são exercidos por mulheres. Se olharmos para as posições de direção, o percentual chega a 19%, enquanto em funções de apoio ao negócio o número corresponde a 13%.

Apesar de representarem mais da metade da população brasileira, é possível perceber a dificuldade das mulheres em ocuparem espaços em segmentos predominantemente masculinos, principalmente em cargos de gerência e liderança. Considerando a importância do setor de energia para o desenvolvimento do país, esse panorama representa uma perda para os negócios e para a sociedade. Afinal, como aponta a Irena, o engajamento feminino como agente na implantação de soluções de energia renovável é conhecido por melhorar a sustentabilidade e maximizar os benefícios socioeconômicos.

A diversidade no local de trabalho em suas mais variadas formas – como gênero, social, étnica e cultural –, estatisticamente, está correlacionada com a melhor performance financeira, ​​assim como a presença de mulheres no quadro de funcionários, ,sendo  ainda mais forte quando se fala em cargos de diretoria, em que as decisões estratégicas e operacionais normalmente são tomadas. Segundo a consultoria McKinsey & Company, companhias com participação de, pelo menos, uma mulher em seu time de executivos são mais lucrativas, tendo 50% mais chances de aumentar a rentabilidade e 22% de crescer a média da margem Ebitda, um dos indicadores usados para medir os resultados e para criação de valor de uma empresa.

Além disso, essa parcela da população também contribui – e muito – para o desempenho da agenda ESG (Enviromental, Social and Governance, em inglês), que vem se tornando um requisito competitivo importante para o mercado corporativo. Um estudo feito pela mestranda Monique Cardoso, na Fundação Getúlio Vargas, mostra que, em geral, empresas com líderes mulheres (52%) apresentam notas ESG elevadas, e esse percentual cai para 48% entre as companhias que têm apenas homens nos cargos de direção. Já quando a liderança feminina chega ao nível de conselho, a diferença é ainda maior: 72% a 24%, respectivamente. Além disso, as empresas com maior diversidade costumam ser mais inovadoras e colaborativas, proporcionando um ambiente de trabalho mais saudável e com maior retenção de talentos.

A diversidade de gênero no alto escalão também é fator determinante no desenvolvimento de políticas e métodos para enfrentar os riscos das mudanças climáticas. As organizações, incluindo concessionárias de energia elétrica e produtores de petróleo, com 30% ou mais das posições de diretoria ocupadas por mulheres, costumam pontuar melhor em divulgações ambientais, de acordo com a BloombergNEF e a Sasakawa Peace Foundation. As pesquisas mostram que uma liderança feminina é mais propensa a definir estratégias claras de governança climática, mostrar maior transparência na divulgação de informação e ainda melhorar o desempenho do negócio. 

Para mudar o cenário atual do setor, é essencial que as companhias invistam na criação de culturas e políticas organizacionais abertas e colaborativas a fim de gerar um ambiente inclusivo em que haja mais oportunidades para que as mulheres possam, de fato, se sentir mais valorizadas e, assim, desenvolvam competências importantes para o futuro do negócio e para inspirar outras profissionais. A EDF Renewables do Brasil, por exemplo, é uma das empresas do setor que priorizam a representatividade e equidade de gênero: 40% do quadro de funcionários da empresa e 42% dos cargos de diretoria são compostos por mulheres, incluindo a cadeira da vice-presidência.

Ademais, é importante também implementar e apoiar iniciativas que incentivem a formação de mulheres nas áreas técnicas e investir na formação e no desenvolvimento de lideranças para fomentar um maior número de mulheres nessas posições. As companhias devem refletir as evoluções observadas no país e no mundo – onde as mulheres estão avançando em diversos aspectos – e se tornarem agentes de mudança para aumentar a presença feminina no setor energético e, assim, alcançarmos a equidade de gênero, beneficiando não só os negócios, mas também a sociedade com a representatividade feminina.

Autor: Luísa Moreira, diretora de operações da EDF Renewables do Brasil.

Sobre a EDF Renewables:

A EDF Renewables é uma empresa internacional líder em energias renováveis, com capacidade instalada bruta de 15,6 GW em todo o mundo. Seu desenvolvimento é focado principalmente em energia eólica e solar fotovoltaica. A EDF Renewables opera principalmente na Europa e na América do Norte, mas continua crescendo e se estabelecendo em regiões promissoras, como Brasil, China, Índia, África do Sul e Oriente Médio. A empresa também tem posições fortes em energia eólica offshore e em outras áreas da indústria de energias renováveis, como energia distribuída e armazenamento de energia. A EDF Renewables desenvolve, constrói, opera e mantém projetos de energias renováveis, tanto para si como para terceiros. A maioria de suas subsidiárias internacionais tem a marca EDF Renewables. A EDF Renewables é a subsidiária do Grupo EDF especializada no desenvolvimento de energia solar e eólica. No Brasil desde 2015, a EDF Renewables Brasil encontra-se entre as líderes do país no setor de energia renovável totalizando 1,3 GW em projetos, instalados e em construção, de energia solar e eólica na Bahia, em Minas Gerais e na Paraíba.